Luciére Machado de Oliveira atua como Supervisora Escolar no CMEB Edwiges Fogaça (escola onde trabalho) e como Professora do Laboratório de Aprendizagem do CMEB Oswaldo Aranha, ambos em Esteio. Tem formação em Pedagogia - Supervisão Escolar e Pós-Graduação em Gestão e Planejamento Escolar, as duas no UNILASSALE. Luciére, como se percebe em seu depoimento, é uma grande leitora e contadora de histórias, daquela que vive a personagem e encanta seu público. Como supervisora, participa ativamente dos projetos e ações de leitura literária na escola. Que bom contar contigo, Lu!
Gosto sempre de lembrar/relatar como
iniciou o meu processo de alfabetização, meu contato com as primeiras letras.
Lembro de “pequena” ter o incentivo, principalmente da minha mãe, quanto à
leitura e escrita. Ela relatava o quanto era importante e especial aprender a
ler e escrever. Minhas lembranças estão sempre ligadas ao afeto. Venho de uma
família que não investia em livros, no sentido de aquisição, mas ressaltava
constantemente a importância do contato com eles. Nesse sentido, a escola foi
primordial por despertar em mim o desejo de ler, de descobrir coisas novas
através da leitura. Na antiga 1ª série ganhei meu primeiro livro. Infelizmente
não recordo do título, mas o fato de poder tê-lo comigo ainda mais com uma
dedicatória da professora foi algo muito especial. Nas séries finais e no
Ensino Médio me tornei uma “rata” de Biblioteca, retirando livros
constantemente. Ia diariamente à Biblioteca e ficava folheando os livros,
observando as capas e tentando descobrir como eram as histórias.
Tenho dois livros que não esqueço até hoje que são:
VOVÔ FUGIU DE CASA do Sérgio Caparelli e INCIDENTE EM ANTARES do Erico Verissimo.
No primeiro vivi intensamente na minha imaginação aquela grande aventura vivida
por um menino e por seu avô, de saírem viajando pelo interior do RS. Imaginava
as paisagens, sentia os cheiros, as emoções de cada personagem. Jamais tirei
esse livro da minha cabeça. Já no Ensino Médio, estudando numa escola
particular li o segundo livro citado. Num primeiro momento o que me chamou a
atenção foi o seu tamanho (em torno de 500 páginas). A curiosidade me moveu e não
conseguia parar de ler e tentar descobrir o que aconteceria a cada situação.
Uma “loucura” boa, uma ansiedade por descobrir o que aconteceria com cada
personagem no momento seguinte. Aceitava as indicações dos professores e dos
colegas, tendo a Bibliotecária um papel essencial de incentivo para que eu
pudesse ler mais e mais.
Sempre tive a facilidade da comunicação e isso me
levou à contação de histórias. Iniciei minha vida profissional há 22 anos como
professora alfabetizadora e incentivada pelas histórias de Monteiro Lobato,
contava as mesmas aos meus alunos. Adoro a “Cuca” e a “Dona Benta” do Sítio do
Pica Pau Amarelo. Ler é estar em fantasia, e a fantasia me cativa! Nada melhor
do que contar histórias, fantasiá-las e repassá-las, principalmente, para os
“pequenos”. Como educadora, penso que a literatura infantojuvenil na escola tem
o papel de despertar a criatividade, o sonho e o desejo por novos
conhecimentos. A cada história, a cada livro, várias temáticas são abordadas e
com elas surge o despertar de novas curiosidades, da busca por novas
aprendizagens e o enriquecimento das experiências vividas.
Luciére Machado de Oliveira
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