quarta-feira, 30 de julho de 2014

PROJETOS DE PESQUISA CIENTÍFICA NO ENSINO FUNDAMENTAL - como apresentá-los aos alunos

No final do mês de agosto, a escola onde trabalho vai realizar a sua Feira de Ciências e Ideias e, neste ano, o grupo de professores se propôs a abraçar a metodologia de pesquisa na rotina escolar. Estou orientando vários projetos que partiram do interesse dos próprios alunos a partir de alguns temas que estão sendo discutidos e estudados na disciplina de Português e que se articulam com outras disciplinas, como é o caso do projeto "Narrativas épicas de Homero", cujo relato das ações do ano passado pode ser encontrado aqui e aqui, e que, este ano, está inserido na proposta da metodologia da pesquisa científica. 

O primeiro questionamento dos professores é como inserir a proposta dentro do sistema escolar rígido que temos: professores têm, previsto em lei, 1/3 da sua carga horária para planejar, produzir e avaliar seus materiais, e 2h semanais para encontrar-se com seus pares para articular projetos, o que nem sempre acontece, pois outras demandas se acumulam nas reuniões pedagógicas. Sendo assim, a primeira constatação é: se vamos trabalhar articulados com outras disciplinas, é preciso ter tempo na reunião pedagógica para planejamento e avaliação do trabalho.

O segundo ponto é como vamos apresentar aos alunos - no meu caso, 6º e 7º anos do Ensino Fundamental - a metodologia científica. A primeira atividade realizada na escola, em abril, foi a visita do jovem pesquisador Felipe Machado, meu ex-aluno, cuja trajetória com o projeto Tábua de Tubo o levou a vários países e também para o Programa Caldeirão do Huck, no quadro Jovens Inventores. O mais interesse no bate-papo com os alunos foi que Felipe, de forma descontraída porém aprofundada, apresentou-se como um adolescente que teve de superar problemas de saúde e outros problemas típicos de um adolescente e não deixar abater-se. 

A segunda atividade proposta aos alunos foi no sentido de conhecer os repertórios sobre a pesquisa científica com as seguintes perguntas: 1) O que você entende por "pesquisa científica?" 2) O que é preciso para ser um bom pesquisador? 3) Que assuntos, temas despertam a sua curiosidade? Que disciplinas do currículo da escola poderiam ajudá-lo a descobrir novas coisas sobre este assunto? Depois de respondidas as perguntas individualmente, os alunos socializaram algumas respostas e, para as duas primeiras questões, elaborei um mapa conceitual com verbos e ações a partir das palavras "pesquisa científica" e "pesquisador".

Na aula seguinte, apresentei para as turmas algumas ideias sobre pesquisa e método científico em uma apresentação na sala de vídeo. Neste momento, foi preciso desmistificar algum conceitos que os alunos trouxeram nas produções escritas, como a de que só pode se fazer ciência na disciplina de ciências; a de que um experimento isoladamente é uma pesquisa científica...
Começamos com o vídeo da série "O mundo de Beakman" sobre método científico:



A seguir, apresentei-lhes de que forma podemos aprofundar nosso conhecimento sobre algum assunto através da pesquisa científica - partindo do conhecimento do leigo (eu acho que...) para o conhecimento do cientista (que pergunta em que circunstâncias a situação aconteceu: como, quando, onde, por quê, e que faz novas descobertas e pode propor mudanças sobre a situação inicial). Depois, com a leitura da imagem abaixo, passamos para a discussão do método científico, entendido como uma forma de se obter conhecimento sobre algum fenômenos. 
Dei o exemplo da mitologia grega, entendida como uma forma que o homem primitivo teve de responder aos mistérios e grandes perguntas do universo, processo que aconteceu através da observação e da intuição. 

A partir daí, se deram os desdobramentos das pesquisas dos grupos de alunos. Caderno de campo e plano de pesquisa nas mãos, isto é papo para outra postagem... 



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