Pintura de Ditz. Fonte: Pinterest.
O processo de universalização do acesso ao ensino traz
novos desafios à escola brasileira, sendo, um dos maiores, o de formar
leitores. A escola pública tem acolhido alunos oriundos de contextos onde as
práticas de leitura e de escrita não dialogam, de forma direta, com suas
necessidades, uma vez que, a seus pais e avós, lhes fora negado,
historicamente, o direto à educação formal. No entanto, nestes ambientes
familiares pouco letrados, circulam amplamente textos orais da cultura popular,
como as cantigas, parlendas, ditados populares, lendas urbanas, e os mitos.
Ora, se a iniciação literária destes alunos é pela oralidade, por que não trazê-la para a escola e tomá-la como fonte de
conhecimento e material de estudo? Há alguns anos, trabalho com turmas dos anos
finais do Ensino Fundamental o registro de lendas urbanas da comunidade local
e, a partir deste estudo, os alunos conseguem identificar e relacionar
conteúdos de outras disciplinas, como, características geográficas de
determinadas regiões associadas à presença de elementos sobrenaturais (por
exemplo, em comunidades menos urbanizadas, a presença de lobisomem), e o
trabalho se torna consistente a partir da leitura e da produção de outros
textos sobre e/ou do gênero estudado em sala de aula. Além disso, outras
linguagens artísticas (cinema, música, artes plásticas, entre outras) e outros
suportes, sobretudo sites da internet, dialogam com as produções estudadas,
fazendo que o aluno amplie seu repertório cultural sem desconsiderar o contexto
em que está inserido culturalmente.
A formação de leitores literários se consolida por meio
de ações mediadoras que façam com que o aluno se aproprie da palavra escrita
como uma ferramenta para perceber, entender e intervir em sua própria narrativa
de vida. Tal processo exige a consolidação de um projeto pedagógico de formação
de leitores, que se qualifica com a participação de vários segmentos da escola,
sobretudo dos professores e de seus gestores, que, muitas vezes, precisam
subsidiar, financeiramente, a compra de acervo para a biblioteca e para os
projetos de leitura literária. Para que isso se efetive, também é fundamental
que os mediadores de leitura que estejam à frente dos projetos sejam leitores
de literatura de qualidade, tenham a sensibilidade para a escuta do repertório
cultural trazido pelos alunos e que ofereçam propostas de produção que sejam
espaços de construção de subjetividade dos seus educandos.
Me encontrei nesse texto, é mesmo assim que vejo, e por amar a literatura percebo que falta exemplos, oportunidades, que o professor leia mesmos e a criança já sabe ler, diversidade de gêneros, aqui inicio todo dia a aula com um poema, conto, música, parlenda e de acordo com os conteúdos assim de forma contextualizada a leitura é a mola maior que impulsiona a aprendizagem e o prazer pelos livros
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